Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” [...] Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: “Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações”. [...]
O Evangelho de hoje completa a narrativa dos discípulos de Emaús. O Ressuscitado se apresenta no meio da comunidade reunida. Alguns podem ter pensado tratar-se de um fantasma. Jesus apresenta como prova os sinais da paixão: os vestígios dos cravos nas mãos e nos pés. A presença era tão real a ponto de ele poder ser tocado fisicamente e de partilhar alimento com os discípulos. Depois da ressurreição, os cristãos se lançaram a estudar as Escrituras para saber o que elas diziam a respeito do Messias. Segundo elas, estava previsto que Jesus devia sofrer, passar pela morte e ressuscitar ao terceiro dia. Com base nos testemunhos encontrados, as comunidades cristãs construíram as narrativas, conformando-as aos fatos. A afirmação sugere que os cristãos custaram a crer antes de ser suas testemunhas.