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A história da Bíblia Ave-Maria no Brasil

22.Agosto.2018
 

A Bíblia Sagrada está entre os livros mais vendidos de toda a história. É possível encontrá-la em mais de 600 idiomas, que são falados por mais de cinco bilhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, você sabia que até a metade do Século XX não era assim?

Nos anos 1950, muitos brasileiros não tinham condições de ter uma bíblia em casa, pois as edições disponíveis eram importadas e caras. Muitos tinham conhecimento da Palavra de Deus somente por meio dos sermões dos padres nas missas, que ainda eram celebradas em latim – a liturgia da missa começou a ser realizada em língua vernácula (idioma local) somente após o Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965.


UMA BÍBLIA EM LINGUAGEM E PREÇO ACESSÍVEIS 

Foi nesse cenário que a Editora Ave-Maria se propôs a produzir uma bíblia em linguagem e preço acessíveis. Em 1957, um conhecido orientador de cursos sobre as Sagradas Escrituras, frei João José Pedreira de Castro, diretor do Centro Bíblico Católico de São Paulo e vice-diretor da Liga dos Estudos Bíblicos, soube da intenção da editora e se propôs a levar o projeto adiante com a equipe editorial da Ave-Maria.

A tradução para o português foi feita a partir do texto francês dos monges de Maredsous – religiosos de um mosteiro beneditino fundado no Século XIX, na Bélgica – tendo sempre como referência os originais hebraico, aramaico e grego.

Dois anos após o início do projeto, em 1959, foi lançada a primeira edição da Bíblia Ave-Maria. O sucesso foi tão grande que, em apenas um mês, todos os 25 mil exemplares produzidos se esgotaram. Ao todo, foram 42 mil na primeira edição. Quase 60 anos após o seu lançamento, a Bíblia Ave-Maria continua sendo a bíblia mais querida e mais vendida entre os católicos do Brasil.


POR QUE FOI FEITA UMA NOVA TRADUÇÃO? 

A Bíblia Sagrada é um conjunto de livros que não foram escritos de uma só vez. Seus textos foram escritos por várias pessoas que se inspiraram em escritos anteriores e, também, na tradição oral. Só que esses primeiros escritos, os chamados manuscritos autógrafos (originais dos autores bíblicos), não chegaram até os dias de hoje. O que se conhece são cópias muito antigas dos primeiros textos bíblicos.

Com o passar dos séculos, surgiram muitas versões da bíblia, como em latim, siríaco e copta. A versão em latim Vulgata, traduzida por São Jerônimo no Século IV, é uma das mais conhecidas e foi, por muito tempo, o texto oficial da Igreja latina. Entretanto, a partir de estudos dos povos antigos, da cultura do local, da época em que os textos foram escritos e das línguas antigas, foram surgindo novas interpretações para um mesmo texto.

Os estudiosos perceberam que o hebraico e aramaico, idiomas em que foi escrita a maior parte dos livros, são línguas muito sintéticas. Muitas palavras nesses idiomas são unidas, sem vogais, e coube aos tradutores e aos copistas separá-las e completá-las conforme a sua própria interpretação.

Já havia algumas traduções mais modernas para o português, feitas nos séculos XIX e XX, mas com linguagem mais rebuscada, de difícil entendimento. Frente a esse cenário, a Editora Ave-Maria buscou produzir uma bíblia que passasse com fidelidade a Palavra do Senhor, mas que possuísse uma linguagem simples e transparente, de modo que o povo pudesse ler e compreender as Escrituras. O texto da Bíblia Ave-Maria primou pela harmonia das frases.

Além disso, o que pouca gente sabe é que os salmos da Bíblia Ave-Maria foram preparados por um músico, frei Paulo Avelino de Assis. Ele teve preocupação esmerada com a sonoridade dos versos e transcreveu, com as melhores palavras, o lirismo desses textos sagrados.


COMO SURGIU A HISTÓRIA DE UMA BÍBLIA COM LINGUAGEM MAIS POPULAR? 

Anunciar o Evangelho de Jesus Cristo por todos os meios possíveis é o objetivo da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, conhecida como a congregação dos Missionários Claretianos, a qual pertence a Editora Ave-Maria. Essa vocação surgiu no coração  do fundador da congregação, Santo Antônio Maria Claret, nascido em 1807, na Espanha.

Santo Antônio Maria Claret sempre teve em seu coração o desejo de orientar e ajudar as pessoas. Buscou fazer isso de diversas formas. Criou uma caixa econômica, cooperativa, editora, associação de artistas e intelectuais, congregações de religiosos e de leigos consagrados.

Em toda a sua vida, escreveu 144 obras, que tratavam desde a espiritualidade à agricultura. Ele buscava falar sobre temas que ajudassem o povo, atendendo as necessidades vividas por eles. Para atender a necessidade de conhecimento sobre as Escrituras, ele publicou, em 1856, “O Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus”, e em 1862, uma apresentação e introdução à edição da Bíblia em latim, traduzida por São Jerônimo, conhecida como Vulgata.

O santo fundador da congregação não se absteve de anunciar o Evangelho com os meios possíveis. Com esse mesmo espírito, a Editora Ave-Maria buscou oferecer aos brasileiros uma bíblia que fosse acessível e compreensível para povo.

Foi uma empreitada ousada e de vanguarda, pois as grandes mudanças que a Igreja viveria – a partir do Concílio Vaticano II – ainda não tinham acontecido. Entretanto, percebe-se o quão alinhada e sensível esta empreitada estava ao mover do Espírito Santo, pois a grande motivação do Concílio foi de por o mundo moderno em contato com o Evangelho.


 
 
 
 
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