A prática da caridade na vida do cristão
20.Março.2019

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará.
As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade” - Excelência da Caridade (1Coríntios 13).

Nesta passagem, é possível entender melhor o verdadeiro sentido da caridade. Ela resume exatamente o que a caridade representa e como se dá.
Ser caridoso é a essência que deve permear todas as atitudes do cristão católico, pois Jesus foi caridoso e ensinou por meio do exemplo como o devemos ser também.
A caridade nada mais é do que o amor propriamente dito. É expressão desse amor para com o próximo e, consequentemente, para com Deus. É uma virtude natural de fazer o bem.
A caridade é uma das virtudes chamadas teologais, aquelas dadas por Deus que nos levam a amá-lo sobre todas as coisas, por si mesmo, e ao nosso próximo como a nós mesmos, e está junto a da fé e da esperança.
“Jesus fez da caridade o novo mandamento. Amando os seus ‘até o extremo’ (Jo 13,1), manifesta o amor do Pai que ele recebe. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitam o amor de Jesus que eles também recebem. Por isso diz Jesus: ‘Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo’ (Jo 15,12)” (Catecismo da Igreja Católica 1823).
A caridade pode ser expressada de diversas formas muito significativas, como, por exemplo: realizando um trabalho voluntário, dando de comer a quem precisa, cuidando dos enfermos, atuando em obras sociais ou por meio de doações de dinheiro, roupas, entre outros.

É preciso lembrar também das pequenas atitudes caridosas do dia a dia, pois elas são ainda mais importantes.
Não adianta doar um dia do mês para a realização de um trabalho voluntário, se durante o cotidiano não se olha verdadeiramente para quem está ao lado. Não adianta enviar dinheiro a uma instituição, se aquilo não santifica as atitudes do dia a dia.
Ser caridoso é realmente olhar e enxergar além do que geralmente o mundo vê, é dar uma palavra de carinho, é abraçar, muitas vezes é simplesmente ouvir. É estar por inteiro, é cuidar.

A caridade é um dos caminhos para levar-nos ao céu, pois ela tem como consequência nos santificar. A própria Eucaristia é uma fonte de caridade que Deus coloca à nossa disposição para a mesma santificação.
“Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a enfraquecer [...] Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros” (Catecismo da Igreja Católica 1394 – 1395).
É muito importante também lembrar-se de tomar cuidado para não se envaidecer diante das boas ações realizadas, ou até realizá-las apenas para satisfazer o próprio ego. Claro que ainda assim serão boas para quem é impactado por elas, mas para si mesmo, se conduzidas dessa forma, não produzem nenhum efeito positivo para a alma.
“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, irá recompensar-te” (Mateus 6, 1-3)
Lembremos que a caridade assegura e purifica nossa capacidade humana de amar, e a eleva à perfeição sobrenatural do amor divino.
Que possamos nos aprofundar nesta virtude e nos apropriar dela de forma natural no dia a dia a fim de alcançar a santidade e propagar o amor de Deus pelo mundo.
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