A morte de Lázaro: fé, amizade e esperança da vida eterna
08.Setembro.2025

A morte de Lázaro é um dos episódios mais marcantes do Evangelho de João (Jo 11,1-44). Muito além de um milagre extraordinário, essa passagem revela a profundidade da amizade entre Jesus e Lázaro, assim como o amor de Cristo pela humanidade e a promessa da vida eterna.
Refletir sobre a morte de Lázaro nos leva a compreender que a fé cristã não elimina o sofrimento, mas o transforma em esperança. É sobre essa verdade que o livro Lázaro – O dia em que a morte morreu, do Pe. Luís Erlin, CMF, nos convida a meditar: a morte não tem a última palavra quando estamos em Cristo.
Neste artigo, vamos revisitar o episódio da morte de Lázaro à luz da tradição católica, destacando sua importância espiritual e como sua mensagem continua atual.
Lázaro, amigo querido de Jesus
Lázaro de Betânia vivia com suas irmãs, Marta e Maria, em uma aldeia próxima a Jerusalém. A amizade com Jesus era tão íntima que o Evangelho descreve com ternura o recado enviado pelas irmãs: “Senhor, aquele que amas está doente” (Jo 11,3).
Jesus frequentemente se hospedava na casa de Lázaro, e esse laço fraterno nos mostra que o Filho de Deus também cultivava amizades humanas, valorizando o amor cotidiano que une as famílias e os amigos.
Quando Lázaro adoeceu, esperava-se que Jesus fosse imediatamente curá-lo. No entanto, Ele permaneceu onde estava por dois dias antes de seguir para Betânia. Esse aparente atraso tinha um sentido mais profundo: Jesus desejava revelar que a sua missão ultrapassa a cura física.
A morte de Lázaro tornou-se um sinal poderoso da missão de Cristo: manifestar a glória de Deus e mostrar que Ele é “a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). Ao chamar Lázaro para fora do túmulo, Jesus não apenas restituiu a vida a um amigo querido, mas antecipou a vitória sobre a morte que se consumaria em sua própria ressurreição.
Marta e Maria: fé e confiança em meio à dor
O Evangelho apresenta duas reações diante da morte de Lázaro:
Marta, prática e confiante, corre ao encontro de Jesus e declara: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te concederá tudo o que pedires” (Jo 11,21-22).
Maria, por sua vez, expressa sua dor aos pés de Jesus, chorando diante da perda.
Essas duas atitudes revelam que a fé não exclui a dor. É possível confiar e, ao mesmo tempo, lamentar. A morte de Lázaro nos ensina que o coração humano pode se abrir a Deus mesmo nos momentos mais sombrios.
Um ponto central do episódio é que até mesmo os amigos de Jesus enfrentam a doença, a dor e a morte. Isso nos recorda que o sofrimento não é sinal de ausência de Deus. Pelo contrário, é justamente nessas situações que Cristo manifesta sua presença consoladora.
A morte de Lázaro nos lembra que a fé não nos torna imunes à dor, mas nos dá a certeza de que não estamos sozinhos.
As lágrimas de Jesus: um Deus que também chora
Um dos versículos mais curtos e impactantes da Bíblia está em João 11,35: “Jesus chorou”.
Diante da morte de Lázaro, o Filho de Deus não permaneceu indiferente. Ele compartilhou as lágrimas de Marta, Maria e de todos os presentes. Esse detalhe nos mostra um Cristo profundamente humano, capaz de se comover diante da dor.
As lágrimas de Jesus nos revelam que Deus não está distante do sofrimento humano. Ele está ao nosso lado, consolando-nos com sua presença e oferecendo-nos esperança.
Ao chegar ao túmulo, Jesus ordenou: “Tirai a pedra”. E, em seguida, clamou em voz alta:
“Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43).
A ressurreição de Lázaro foi testemunhada por muitos e tornou-se um dos maiores sinais da autoridade de Jesus sobre a vida e a morte. Esse milagre não foi apenas uma restauração temporária, mas uma prefiguração da ressurreição definitiva que Cristo nos oferece.
Lázaro após a ressurreição
Segundo a tradição cristã, após sua ressurreição, Lázaro viveu por mais 30 anos. Algumas fontes o situam em Chipre, onde teria se tornado bispo. Outras tradições o associam a Marselha, na França, como mártir e evangelizador.
O que permanece em comum é o testemunho de um homem que viveu intensamente a amizade com Cristo e se tornou sinal da vitória sobre a morte.
Ao meditarmos sobre a morte de Lázaro, percebemos que esse episódio é um sinal para todos nós: a morte não é o fim, mas uma passagem para a vida plena em Deus.
Assim como Marta declarou: “Eu sei que Ele ressuscitará na ressurreição, no último dia” (Jo 11,24), também nós somos convidados a professar a nossa fé em Cristo, que venceu a morte.
Santos Marta, Maria e Lázaro: amigos de Jesus
No calendário litúrgico da Igreja, Marta, Maria e Lázaro são celebrados juntos em 29 de julho. Essa memória nos recorda que eles não foram apenas personagens bíblicos, mas amigos reais de Jesus que viveram a fé no cotidiano.
A morte de Lázaro e sua ressurreição nos convidam a acreditar que também nós somos chamados à amizade com Cristo e à vida eterna.
Se você deseja aprofundar sua reflexão sobre a morte de Lázaro, a amizade com Jesus e a esperança da vida eterna, recomendamos a leitura do livro Lázaro – O dia em que a morte morreu, escrito pelo Pe. Luís Erlin, CMF.
Nesta obra, o autor une pesquisa, fé e sensibilidade para oferecer consolo a quem já enfrentou a perda de um ente querido. Mais do que uma história bíblica, trata-se de um convite para renovar a esperança na vitória de Cristo sobre a morte.
A morte de Lázaro é uma mensagem de fé e consolo para todos nós. O episódio mostra que os amigos de Deus também choram, mas nunca estão sozinhos. Jesus se comoveu, chorou e, finalmente, devolveu a vida ao amigo, antecipando a grande promessa da ressurreição.
Que essa passagem nos inspire a viver nossa amizade com Cristo e a confiar, mesmo em meio à dor, que em Jesus a morte já foi vencida.
Leia agora: Lázaro – O dia em que a morte morreu
Marta, prática e confiante, corre ao encontro de Jesus e declara: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te concederá tudo o que pedires” (Jo 11,21-22).
Maria, por sua vez, expressa sua dor aos pés de Jesus, chorando diante da perda.